sexta-feira, 6 de abril de 2012

"Chega-se a ser grande por aquilo que se lê e não por aquilo que se escreve."
Jorge Luís Borges


Ilustração de Ester García

Compartilhado de Andante Associação Artística (no Facebook)

Voltei!



Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

Ruy Belo

Compartilhado do Andante Associação Artística (no Facebook)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Recomeçando...e recomeçando... e recomeçando...

Historias da unha do dedao do pe do fim do mundo


Veja o vídeo, clique no link ao lado >> http://youtu.be/a-HDwM3jebY
Poemas de Manoel de Barros. Desenhos de Evandro Salles. Video integrante da exposição "Arte para Crianças".

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Voltei, de novo!

Estava meio cansada de tudo isso... Aí veio a monografia,o facebook, o twitter e me levaram pro lado de lá... Defendi a monografia, e o resto acabou me cansando. Hoje em dia tenho uma lista de amizades virtuais, algumas bem legais, outros passam... apenas passam... Mesmo com um número expressivo de seguidores e de seguidos, muitas vezes, ou mesmo, na maioria das vezes me sinto sozinha...
Foi assim que resolvi retornar e olha que pensei seriamente em deletar esse blog... Mas as lembranças são tão boas, os comentários dos amigos... Então voltei!
Voltei para dar um novo rumo ao meu blog. Rumo este, que ainda não sei, só sei que darei...
Então fica combinado, o Pigmeus voltou!

sábado, 9 de janeiro de 2010

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O DIA EM QUE A AIDS ACABOU

Ficção sobre a cura da doença, com Betinho como ator.

O sociólogo Betinho, autor do texto que inspirou o vídeo, contracena com o ator José Mayer.

O noticiário político nacional nunca deixa a imprensa brasileira sem manchete. Mas tente imaginar o dia em que fosse descoberta a cura da Aids. Este acontecimentotão aguardado foi tema de um vídeo ficção produzido pelo Ibase e pela Abia (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids). O roteiro é inspirado num texto publicado em abril de 1992 pelo "Jornal do Brasil", de autoria do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, maior símbolo da luta contra a doença. Ele, que foi portador do vírus da aids, também participou como ator, no papel de farmacêutico.
O vídeo - O dia de cura, produzido por Maria Nakamo, mulher de betinho - é uma versão do que aconteceria no dia em que a notícia do fim da epidemia fosse anunciada. Num primeiro momento, a recusa em fazer o teste perderia o sentido: afinal, ter medo de quê? Ao mesmo tempo, gente que convive com o HIV assumiria em público sua condição de soropositivo, já que não estaria mais condenada à morte. Sem pânico de preconceitos - que, infelizmente, ainda orientam as reações à doença em todo mundo. A principel intenção do vídeo é afastar o estigma da morte inevitável. "A vinculação com a vida pode ajudar muito na prevenção da Aids", observa o jornalista Jacques Schwarzstein, autor do argumento e diretor assistente do filme.
No elenco estão atores importantes, como José Mayer, Marcos Winter e Eliane Giardinni, além das participações especiais de Cristina Pereira, Jonas Bloch e do grupo Aquarela Carioca. Em 24 minutos, ele conta a história do soropositivo Sandro (josé Mayer), que, um dia, ao acordar, depara-se com a notícia na televisão sobre a cura da Aids, anunciada pelo Secretário-Geral da ONU. Cientistas tinham inventado um remédio que tornava a Aids uma doença tratável, como a diabetes. Numa das cenas, Sandro vai ao seu analista e confessa: "Esse tempo todo você está me preparando para a morte. Precisamos começar tudo do zero." Nada tão distante. "As pesquisas comprovam que o dia em que a Aids será controlada por medicamentos tem tudo para acontecer (...)", diz Schwarzstein, que também é diretor da Abia. Torcida não falta.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Poesia Atlântica de Drummond


Sem o lirismo das orquídeas,
Sem o charme decorativo das samambaias,
Nua de liquens e bromélias do litoral,
A mata da Caratinga, protegida dos ventos,
Espera de nós
A proteção maior contra o machado,
A serra mecânica, o fogo.

De cada cem árvores antigas
Restam cinco testemunhas acusando
O inflexível carrasco secular.
Restam cinco, não mais. Resta o fantasma
Da orgulhosa floresta primitiva.

Na mata de caratinga,
Tem paca, tem capivara,
Tem anta e mais jacutinga,
Tem silêncio tem arara,
E nas ramarias densas
De suas copas imensas,
Paira um segredo mineiro
Que dura um século inteiro...

Uma espuma de azul bóia nas névoas da altura,
Um resto de sonho perdura na resina dos caules.
Manhã-quase-manhã, a terra acorda
Do seu sono de perfumes e lianas.

No esforço de fugir à mata obscura,
Bromélias em família buscam luz
E em suas folhas uma gota d'água,
Puro diamante líquido, reluz.

Do japuaçu
No alto da embaúba
Me deixa intrigado.
Ele ri de Quê?
Da mão que derruba
Seu ninho cuidado?
Vou adivinhar:
Se a ave ri, coitada.
É que, por destino,
Não sabe chorar.

A água serpeia entre musgos seculares
Leva um recado de existência a homens surdos
E vai passando, vai dizendo
Que esta mata em redor é nossa companheira,
É pedaço de nós florescendo no chão.

Que rumor é esse na mata?
Por que se alarma a natureza?
Ai...é a moto-serra que mata,
Cortante, oxigênio e beleza.

Não, não haverá para os ecossistemas aniquilados
Dia seguinte.
O ranúnculo da esperança não brota
No dia seguinte.
O vazio da noite, o vazio de tudo
Será o dia seguinte.