terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O DIA EM QUE A AIDS ACABOU

Ficção sobre a cura da doença, com Betinho como ator.

O sociólogo Betinho, autor do texto que inspirou o vídeo, contracena com o ator José Mayer.

O noticiário político nacional nunca deixa a imprensa brasileira sem manchete. Mas tente imaginar o dia em que fosse descoberta a cura da Aids. Este acontecimentotão aguardado foi tema de um vídeo ficção produzido pelo Ibase e pela Abia (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids). O roteiro é inspirado num texto publicado em abril de 1992 pelo "Jornal do Brasil", de autoria do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, maior símbolo da luta contra a doença. Ele, que foi portador do vírus da aids, também participou como ator, no papel de farmacêutico.
O vídeo - O dia de cura, produzido por Maria Nakamo, mulher de betinho - é uma versão do que aconteceria no dia em que a notícia do fim da epidemia fosse anunciada. Num primeiro momento, a recusa em fazer o teste perderia o sentido: afinal, ter medo de quê? Ao mesmo tempo, gente que convive com o HIV assumiria em público sua condição de soropositivo, já que não estaria mais condenada à morte. Sem pânico de preconceitos - que, infelizmente, ainda orientam as reações à doença em todo mundo. A principel intenção do vídeo é afastar o estigma da morte inevitável. "A vinculação com a vida pode ajudar muito na prevenção da Aids", observa o jornalista Jacques Schwarzstein, autor do argumento e diretor assistente do filme.
No elenco estão atores importantes, como José Mayer, Marcos Winter e Eliane Giardinni, além das participações especiais de Cristina Pereira, Jonas Bloch e do grupo Aquarela Carioca. Em 24 minutos, ele conta a história do soropositivo Sandro (josé Mayer), que, um dia, ao acordar, depara-se com a notícia na televisão sobre a cura da Aids, anunciada pelo Secretário-Geral da ONU. Cientistas tinham inventado um remédio que tornava a Aids uma doença tratável, como a diabetes. Numa das cenas, Sandro vai ao seu analista e confessa: "Esse tempo todo você está me preparando para a morte. Precisamos começar tudo do zero." Nada tão distante. "As pesquisas comprovam que o dia em que a Aids será controlada por medicamentos tem tudo para acontecer (...)", diz Schwarzstein, que também é diretor da Abia. Torcida não falta.