sexta-feira, 22 de maio de 2009

Morre mais um Zé Gente Boa


"Tem Lei Rouanet? Estou fora"

Músico pede para sair de espetáculo com incentivo fiscal

O músico Zé Rodrix, um dos diretores do espetáculo “Rei lagarto”, sobre a vida de Jim Morrison, pediu demissão. Tomou a decisão ao ler, em Gente Boa, que a peça, com estréia marcada para outubro, teria fundos da Lei Rouanet. Ele enviou o seguinte e-mail aos produtores:

“Acabo de descobrir exatamente nos detalhes desta notícia que não vou mais participar do projeto. Vocês conhecem a minha opinião sobre Renúncia Fiscal e Leis de Incentivo. Enquanto isto era um empreendimento privado, no máximo com os patrocínios e os apoios diretos de empresas que se associariam ao empreendimento, eu estava dentro. Infelizmente, ao entrar na jogada da Lei Rouanet, MiniCul etc., ele se torna impossível para mim.

Não acredito que o dinheiro de TODOS deva servir para patrocinar a aventura pessoal de ALGUNS, e, quando isto se configura, eu saio fora. Investimento deve ser feito com dinheiro real que não prejudique o essencial do país. Impostos devem ter fim específico, e os sustento da arte não é, a mer ver, uma destas essencialidades. Sempre fui um artista que não se privilegiou de nenhum tipo de ligação com estados e governos, em nome de minha própria liberdade. Assim sendo, há que haver em mim algum respeito pelas coisas em que eu acredito. Se entrar nisto, estare negando tudo que é a minha maneira de ser, pensar e agir. No Brasil de hoje, precisamos de investidores conscientes, e não, segundo minha maneira de ver a realidade, de utilizar de maneira equivocada o dinheiro público.

Desejo ao pessoal da produção o máximo de sorte e sucesso possíveis, e sei que serão muito felizes, graças à qualidade artística de todos os envolvidos”.

(Jornal "O Globo" - Coluna "Gente Boa" - 29/08/2007)


Zé Rodrix não foi simplesmente o compositor de músicas maravilhosas como, 'Casa no Campo', 'Mestre Jonas', dentre outras tantas; foi exemplo de alegria, de inteligência, de criatividade... mas acima de tudo, foi exemplo de ÉTICA, algo tão demodê hoje em dia.

Me lembro que ele foi o primeiro músico brasileiro que eu e meu irmão nos tornamos fãs, sem influência nenhuma de nosso pai. Desde que ouvimos Mestre Jonas na Rádio Cariacica, foi amor à primeira audição. Vai deixar saudades...

domingo, 17 de maio de 2009

Descoberta Vénus pré-histórica


A "Vênus de Hohle Fels" ou "Vênus de Scheklingen", estatueta do período aurinaciano, de 60 milímetros de altura foi encontrada na caverna de Hohle Fels em setembro do ano passado, mas sua imagem somente foi divulgada dia 13 deste mês. Está sendo considerada a descoberta mais sensacional da arqueologia européia das últimas décadas. Foi destaque desta semana da revista "Nature" (uma das revistas científicas mais importantes do mundo).

Arqueólogos alemães descobriram na região do Danúbio-Alb (Sul) a mais antiga estatueta conhecida de uma figura humana, uma vénus com seios e vulva desproporcionados, talhada em marfim de mamute há cerca de 40.000 anos.
O achado causou sensação, porquanto lança uma nova luz sobre as primeiras expressões artísticas do homem primitivo na Europa e presumivelmente no mundo, informou Nicholas Conard, professor de arqueologia da Universidade de Tubinga e responsável das escavações.

A figura, de apenas seis centímentros, foi encontrada em Setembro de 2008 durante escavações numa gruta de Hohle Fels, perto da localidade de Scheklingen, no estado alemão de Baden-Württemberg, mas a descoberta foi mantida em segredo até agora.

"Ficámos sem fala ao vê-la", confessou Conard, ao apresentar pela primeira vez em público a figura, que descreveu como "uma peça cheia de energia e muito expressiva".

O colega de Conard nas escavações, Pau Mellars, escreve num artigo a publicar quinta-feira pela revista científica "Nature" que a nova Vénus é quase pornográfica à luz dos valores estéticos e morais da actualidade.

Quando foi achada, a cerca de 20 metros da abertura da gruta, a vénus, que será exposta a partir de Setembro no Kunstgebäude de Estugarda, estava partida em seis pedaços e faltam-lhe o braço e o ombro esquerdos, que os arqueólogos alemães estão esperançados em encontrar.

Talhada com grande pormenor, a figura tem os órgãos genitais muito marcados, com seios e vulva de um tamanho desproporcionado, em contraste com a pequenez dos braços, pernas e cabeça, acabados com menos esmero.

Os arqueólogos não duvidam de que a nova vénus europeia é uma representação artística da fertilidade e que pode ter sido objecto de algum tipo de culto ou ritual.

Na gruta de Hohle Fels foram descobertos nos últimos 100 anos 25 figuras talhadas em marfim, quase todas representando animais, e também uma flauta, considerada o instrumento musical mais antigo do mundo.

A nova vénus confirma que o homem pré-histórico talhava, não apenas figuras de animais, mas também humanas, no princípio do período aurignaciense, algo que apanhou de surpresa a equipa arqueológica alemã.

Nicholas Conard não exclui a possibilidade de, na região, ter vivido há 40.000 anos o primeiro grupo humano com uma cultura própria.

Fonte: (14 Mai 2009). Diário de Notícias

sábado, 16 de maio de 2009

Salve Deusa Sarasvati, protetora dos artistas!


Sarasvati é a deusa hindu da sabedoria, das artes e da música e a shákti, que significa ao mesmo tempo poder e esposa, de Brahma, o criador do mundo. Ela é representada como uma mulher muito bela, de pele branca como o leite, e tocando sitar (um instrumento musical).
Ela é a protetora dos artesãos, pintores, músicos, atores, escritores e artistas em geral. Ela também protege aqueles que buscam conhecimento, os estudantes, os professores, e tudo relacionado à eloquência. Seus símbolos são um Cisne e um Lótus Branco.
A esta deusa era consagrado o chamado dia de Savitu-Vrta, normalmente comemorado no dia 16 de maio.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A Bala-ostra e o Balaústre

Foto tirada pelo fotógrafo Pedro Tinoco, de um vendendor de beira de estrada, na Rio-Manilha, RJ.
Realmente existem palavras na nossa língua que insistem em não dar certo... É um 'pobrema'... O vendedor até quis mostrar uma certa erudição, já que essa palavrinha é ruim de doer, mas a verdade é que Bala-ostra fica muito mais interessante e folclórica. Né não?
Balaústre = coluna de madeira, pedra ou metal, que sustenta, junto com outros iguais, regularmente distribuídos, uma travessa, corrimão ou peitoril.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A História da Filosofia em 40 filmes



Mostra cinematográfica abre espaço para reflexão sobre Cinema e Filosofia
Organizado em dez módulos temáticos – “O que é a filosofia?”; “Questões estéticas”; “Mito e Tragédia”; “O Existencialismo”; ”O amor em fuga”; “Morte e Finitude”; “História e Violência”; “O Fascismo hoje”; “Cinema e Revolução”; “O cinema nacional e a interpretação do Brasil", a mostra/curso ‘A História da Filosofia em 40 Filmes’ faz refletir sobre diferentes disciplinas filosóficas, tais como a metafísica, a epistemologia, a ética, a política e a estética.

O curso será realizado de maio de 2009 a fevereiro de 2010, sempre aos sábados, totalizando 40 aulas. Ao final da exibição de cada filme, Alexandre Costa e Patrick Pessoa vão proferir uma palestra sobre o teor filosófico do filme apresentado.

Abrindo o evento, nos dias 16, 23 e 30 de maio e 06 de junho, a reflexão sobre
“O Que é a Filosofia?” pretende apresentar de forma clara o conceito de filosofia que deverá nortear a análise de todos os filmes propostos. Serão exibidos os filmes "Rashomon", de Akira Kurosawa; "Persona", de Ingmar Bergman; " Stalker", de Andrei Tarkovsky e "Blow-up", de Michelangelo Antonioni.

No mês de junho e na primeira semana de julho, em
“Questões Estéticas”, será colocada em discussão a origem e o caráter do Belo na Arte, com base nos filmes "Morte em Veneza", de Luchino Visconti; "Oito e meio", de Federico Fellini; "Cidade dos Sonhos", de David Lynch e "Asas do Desejo", de Wim Wenders.

No módulo
“Mito e Tragédia”, os filmes possibilitam considerar as origens da filosofia e sua distinção frente à antiga tradição poética grega, caracterizando, assim, no que se diferenciam a linguagens mitopoética e a lógico-filosófica. As obras apresentadas também servirão de base para a discussão sobre as variações históricas do trágico, tornando possível evidenciar as diferenças entre as tragédias antiga, moderna e contemporânea. Esse módulo, que vai de julho ao início de agosto, apresentará "Medéia", de Pier Paolo Pasolini; " Oldboy", de Chan-wook Park; " Ladrões de bicicleta", de Vittorio De Sica e "Crimes e Pecados", de Woody Allen.

De agosto a setembro,
“O Existencialismo” abordará as principais questões levantadas por este movimento, com ênfase nas obras de Sartre e Camus, a partir dos filmes "A doce vida", de Federico Fellini; "Estranhos no paraíso", de Jim Jarmusch; " Acossado", de Jean-Luc Godard e "As coisas simples da vida", de Edward Yang.

“Amor em fuga” e “Morte e Finitude” perfazem um binômio que aborda os temas humanos mais decisivos, o amor e a morte, discutindo até que ponto as contribuições dos filósofos da tradição ainda servem para dar algum sentido à existência dos homens contemporâneos. De setembro a outubro, o público vai conferir clássicos como "A janela indiscreta", de Alfred Hitchcock; " O último metrô", de François Truffaut; "Ricardo III", de Al Pacino e "Dogville", de Lars von Trier, entre outros.

Em novembro,
“Fascismo Hoje”, que apresentará filmes como "Laranja Mecânica", de Stanley Kubrick e "M, o vampiro de Düsseldorf", de Fritz Lang, vai destrinchar as características deste movimento e dos ideais totalitários surgidos após a Primeira Guerra Mundial. Já em dezembro, em “Cinema e Revolução”, filmes como "O Anjo exterminador", de Luis Buñuel e "O homem sem passado", de Aki Kaurismaki, vão apresentar a relação entre cinema e revolução, analisando as obras sob três prismas: o das revoluções bem sucedidas ou fracassadas, o das possíveis e o das invisíveis. Paralelamente a esse debate sobre como o cinema tratou o tema “revolução”, será discutido por que o cinema é a ferramenta mais revolucionária das artes do século XX.

Abrindo o ano de 2010, a cinematografia brasileira será posta em pauta no módulo
“O Cinema Nacional e a Interpretação do Brasil”. Em um país sem grande tradição na produção de obras filosóficas, os grandes filósofos são Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Mário de Andrade, Glauber Rocha, Leon Hirszman. Partindo dessa convicção, os filmes selecionados para esse módulo apresentam um panorama do melhor da produção filosófico-cinematográfica nacional. Fazem parte da filmografia desse módulo clássicos como "Deus e o diabo na terra do sol", de Glauber Rocha e "Brás Cubas", de Julio Bressane.

Alexandre Costa, curador da mostra, esclarece que
“a seleção dos filmes foi norteada por dois critérios dificilmente separáveis: o primeiro, filosófico; o segundo, estético. Visando a contemplar um público não necessariamente familiarizado com o tipo de reflexão filosófica característica dos meios acadêmicos, optou-se sempre por filmes que formulassem com clareza as questões filosóficas que servem de fio condutor a cada um dos módulos”.

“É importante frisar, no entanto, que não tratamos o cinema como um meio, um veículo destinado à mera ilustração de idéias e conceitos filosóficos, mas como uma linguagem artística autônoma. Desse modo, os quarenta filmes selecionados para este projeto reafirmam o seu valor estético na justa medida em que resistem à sua instrumentalização, seduzindo-nos com uma linguagem que diz sempre muito mais (ou muito menos) do que a linguagem conceitual”, complementa Patrick Pessoa.


Mostra-curso: A HISTÓRIA DA FILOSOFIA EM 40 FILMES

Curadores/palestrantes: Alexandre Costa e Patrick Pessoa

Realização: Lavoro Produções – www.lavoroproducoes.com.br

Local: CAIXA Cultural RJ – Cinema 2

Temporada: de 16 de maio 2009 a 28 de fevereiro de 2010 (sempre aos sábados)

Horário: das 10h30min às 14h

Sessões seguidas de palestras

Classificação: confira a classificação de cada filme na programação

ENTRADA FRANCA(senhas a partir das 10h, por ordem de chegada)

Capacidade: 85 lugares

Acesso para cadeirantes

Acesse a programação da CAIXA Cultural: www.caixa.gov.br/caixacultural

Pé de Moleques


Foto tirada pelo fotógrafo Walder Roberto, às margens de um afluente do Rio Amazonas

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Escravidão ainda hoje

Essa foto é bem antiga, mas mesmo assim ainda reflete os dias de hoje. Ela foi tirada no dia 29 de setembro de 1982, pelo fotógrafo Luiz Morier, do Jornal do Brasil. Ele e o repórter J. Paulo da Silva, do mesmo jornal, subiam o Morro da Coroa, no Rio de Janeiro, quando depararam com sete homens sendo presos por policiais. Estavam amarrados pelo pescoço, exatamente como os escravos eram conduzidos da saída das galés dos navios para o mercado negreiro.
Os policiais justificaram a atitude como "medida de segurança". Acontece que os sete homens eram TODOS trabalhadores. Os policiais terminaram demitidos. A foto ganhou o Prêmio Esso de 1983. E a humilhação ficou eternizada.


"100 Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão" Estação Primeira de Mangueira(1988)

O negro samba, negro joga capoeira
Ele é o rei na verde e rosa da Mangueira.
Será que já raiou a liberdade
Ou que foi tudo ilusão
Será, oh será, que a leia áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão
Hoje, dentro da realidade
Onde está a liberdade?
Onde está que ninguém viu!
Moço, não se esqueça que o negro também construiu
As riquezas do nosso Brasil.

Pergunte ao criador, pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela.
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela.

Sonhei que Zumbi dos Palmares voltou
A miséria do negro acabou
Foi uma nova redenção
Senhor, ai senhor.
Eis a luta do bem contra o mal
Que tanto sangue derramou contra o preconceito racial.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O que é um amigo? Uma única alma habitando dois corpos

(Aristóteles)

Living Together, Growing Together

No dia de hoje, 12 de maio de 1928, nascia em Kansas City, Missouri, o maestro Burt Bacharach.
A primeira vez que Burt Bacharach se apresentou no Rio de Janeiro eu ainda não havia nascido (1959). Ele veio como maestro de uma banda que acompanhava a atriz/cantora Marlene Dietrich. O tempo passa e Bacharach torna-se um dos grandes nomes da música americana, inclusive fazendo trilhas para filmes, entre eles Casino Royale (1967), Butch Cassidy and Sundance Kid (1969) - onde com a canção “Raindrops keep falling on my head” interpretada por BJ Thomas, ganhou o Oscar de Melhor Canção - Lost Horizon (1973) e outros.
Comecei a gostar de suas músicas ouvindo rádio, devia ter entre 12 e 14 anos, acho que foi essa música do filme "Horizonte Perdido" (Living Together, Growing Together). Daí então, virei fã e apaixonada por ele (só perdia pela paixão por Chico Buarque) e comprei outros tantos vinis.
Não fui ao seu último show aqui no Rio, uma pena... Registro aqui a letra e a tradução da música acima mencionada. Clicando em cima do nome da música, além de poder ouvi-la, ainda poderão ver o trecho do filme onde ela é cantada. Perdoem-me os entendidos, a tradução não é minha, mesmo porque não entendo patavinas de inglês.

"Start with a man and you have one.
Comece com um homem e você tem um.
Add on a woman and then you have two.
Acrescente uma mulher e então você tem dois
Add on a child and what have you got?
Acrescente uma criança e o que você tem?
You've got more than three.
Você tem mais que três
You've got what they call a family.
Você tem o que eles chamam uma família

Living Together, Growing Together, just being together,

Vivendo juntos, crescendo juntos, permanecendo juntos
that's how it starts.
É assim que se começa.
Three loving hearts all pulling together, working together, just building together,
Três corações amorosos vivendo todos juntos, crescendo juntos, permanecendo fiéis juntos,
that makes you strong.
Isso o deixa forte
If things go wrong we'll still get along somehow,
Se as coisas estiverem indo errado, nós poderemos melhorá-las de algum modo,
living and growing together.
vivendo e crescendo juntos.

It just takes wood to build a house.
Só é preciso madeira para construir uma casa
Fill it with people and you have a home.
Coloque pessoas nela e você tem um lar
Fill it with love and people take root.
Coloque amor nela e pessoas se fixarão
It's just like a tree
É como uma árvore
where each branch becomes a family that's,
Onde cada ramo se torna uma família,
Living Together, Growing Together, just being together, that's how it starts.
Isto é, vivendo juntos, crescendo juntos, estando fiéis juntos.

Three loving hearts all pulling together, working together, just building together,
Três corações amorosos vivendo todos juntos, crescendo juntos, permanecendo fiéis juntos,
that makes you strong.
isso o deixa forte.
If things go wrong we'll
Se as coisas estão indo errado,
still get along somehow,
nós poderemos melhorá-las de algum modo,
living and growing together.
vivendo e crescendo juntos.

Living Together, Growing Together, just being together,
Vivendo juntos, crescendo juntos, estando fiel juntos
that's how it starts.
isto é como se começa
Three loving hearts all pulling together, working together, just building together,
Três corações amorosos vivendo todos juntos, crescendo juntos, permanecendo juntos,
that makes you strong.
isso o deixará forte.
If things go wrong we'll still get along somehow,
Se as coisas estiverem indo errado, nós poderemos melhorá-las de algum modo,
living and growing
vivendo e crescendo
just like we're doing now, together.
exatamente como estamos fazendo agora, juntos."

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Uma dieta pelo amor de Deus!!!















Não adianta, sempre que me vejo na situação de TER que fazer uma dieta, acabo me lembrando de uma velha piada da internet... Gente, eu tô falando, ela é velha... mas dá pra se divertir... Começa assim:

Querido Diário,
Hoje começo a fazer dieta. Preciso perder 8 kg. O médico aconselhou a fazer um diário, onde devo colocar minha alimentação e falar sobre o meu estado de espírito.
Sinto-me de volta a adolescência, mas estou muito empolgada com tudo. Por mais que dieta seja dolorosa, quando conseguir entrar naquele vestidinho preto maravilhoso, vai ser tudo de bom.

Primeiro dia de dieta.
Um queijo branco. Um copo de diet shake. Meu humor está maravilhoso. Me sinto mais leve. Uma leve dor de cabeça talvez.

Segundo dia de dieta.
Uma saladinha básica. Algumas torradas e um copo de iogurte. Ainda me sinto maravilhosa. A cabeça dói um pouquinho mais forte, mas nada que uma aspirina não resolva.

Terceiro dia de dieta.
Acordei no meio da madrugada com um barulho esquisito. Achei que fosse ladrão. Mas, depois de um tempo percebi que era o meu próprio estômago.Roncando de dar medo. Tomei um litro de chá. Fiquei mijando o resto da noite.
Anotação: Nunca mais tomo chá de camomila.

Quarto dia de dieta.
Estou começando a odiar salada. Me sinto uma vaca mascando capim. Estou meio irritada. Mas acho que é o tempo. Minha cabeça parece um tambor. Janaina comeu uma torta alemã hoje no almoço. Mas eu resisti.
Anotação: Odeio Janaina

Quinto dia de dieta.
Juro por Deus que se ver mais um pedaço de queijo branco na minha frente, eu vomito! No almoço, a salada parecia rir da minha cara. Gritei com o boy hoje! E com a Janaina. Preciso me acalmar e voltar a me concentrar. Comprei uma revista com a Gisele na capa. Minha meta. Não posso perder o foco.

Sexto dia de dieta.
Estou um caco. Não dormi nada essa noite. E o pouco que consegui sonhei com um pudim de leite. Acho que mataria hoje por um pedaço de brigadeiro...

Sétimo dia de dieta.
Fui ao médico. Emagreci 250 gramas!
Ta de sacanagem! A semana toda comendo mato. Só faltando mugir e perdi 250 gramas! Ele explicou que isso é normal. Mulher demora mais emagrecer, ainda mais na minha idade. O FDP me chamou de gorda e velha!
Anotação: Procurar outro médico.

Oitavo dia de dieta.
Fui acordada hoje por um frango assado. Juro!
Ele estava na beirada da cama, dançando can-can.
Anotação: O pessoal do escritório ficou me olhando esquisito hoje, Janaina diz que é porque estou parecendo o Jack Nicholson do filme "O Iluminado".

Nono dia de dieta.
Não fui trabalhar hoje. O frango assado voltou a me acordar, dançando dança-do-ventre dessa vez. Passei o dia no sofá vendo tv. Acho que existe um complô. Todos os canais passavam receita culinária. Ensinaram a fazer Torta de morangos, salpicão e sanduíche de rocambole.
Anotação: Comprar outro controle remoto, num acesso de fúria, joguei o meu pela janela.

Décimo dia de dieta.
Eu odeio Gisele B.

Décimo primeiro dia de dieta.
Chutei o cachorro da vizinha. Gritei com o porteiro. O boy não entra mais na minha sala e as secretárias encostam na parede quando eu passo.

Décimo segundo dia de dieta.
Sopa.
Anotação:Nunca mais jogo pôquer com o frango assado. Ele rouba.

Décimo terceiro dia de dieta.
A balança não se moveu. Ela não se moveu! Não perdi um mísero grama!
Comecei a gargalhar. Assustado o médico sugeriu um psicólogo. Acho que chegou a falar em psiquiatra. Será porque eu o ameacei com um bisturi?
Anotação: Não volto mais ao médico, o frango acha que ele é um charlatão.

Décimo quarto dia de dieta.
O frango me apresentou uns amigos. A picanha é super gente boa, e a torta, embora meio enfezada, é um doce.

Décimo quinto dia de dieta.
Matei a Gisele B! Cortei ela em pedacinhos e todas as fotos de modelos magérrimas que tinha em casa.
Anotação: O frango e seus amigos estão chateados comigo. Comi um pedaço do Sr. Pão. Mas foi em legítima defesa. Ele me ameaçou com um pedaço de salame.

domingo, 10 de maio de 2009

Dia das Mães...


Clique no nome da música, veja o vídeo e ouça a música.

ANGÉLICA
(Milton Nascimento e Chico Buarque)

Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele não pode mais cantar

sábado, 9 de maio de 2009

Primeira Poesia

Esta foi uma das primeiras poesias que li em minha vida. Na hora do recreio, no colégio, sempre sem amigas, tímida demais, refugiava-me no local mais seguro - a biblioteca - onde não podia-se falar alto, rir alto ou brincar... Lá era o "meu" lugar. Os livros sempre me abriam os braços e me protegiam. Eles foram, durante muito tempo, os meus melhores amigos!
Graças à Internet, redescobri este poema. Chorei... de alegria, de emoção, de saudade de um tempo em que eu não me sentia feliz, mas talvez fosse e não sabia. Saudade do meu colégio.
















A Flor e a Fonte
(Vicente de Carvalho)

"Deixa-me, fonte!" Dizia
A flor, tonta de terror.
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.

"Deixa-me, deixa-me, fonte!"
Dizia a flor a chorar:
"Eu fui nascida no monte...
"Não me leves para o mar".

E a fonte, rá¡pida e fria,
Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.

"Ai, balanços do meu galho,
"Balanços do berço meu;
"Ai, claras gotas de orvalho
"Cai­das do azul do céu!...

Chorava a flor, e gemia,
Branca, branca de terror,
E a fonte, sonora e fria
Rolava levando a flor.

"Adeus, sombra das ramadas,
"Cantigas do rouxinol;
"Ai, festa das madrugadas,
"Doçuras do pôr do sol;

"Carí­cia das brisas leves
"Que abrem rasgões de luar...
"Fonte, fonte, não me leves,
"Não me leves para o mar!..."

As correntezas da vida
E os restos do meu amor
Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009